Uma Sexta-Feira, uma colheita 13 e uma ameaça de bomba

Caríssimos,

Post dedicado à prova vertical de alguns vinhos Esporão Private Selection, brancos e tintos.

Uma prova que se seguiu a uma ameaça de bomba e que quase não acontecia… Mas aconteceu e ainda bem, a prova claro.

  1. Esporão Private Selection Branco 2009
  2. Esporão Private Selection Branco 2012
  3. Esporão Private Selection Branco 2016
  4. Esporão Private Selection Branco 2017
  5. Esporão Private Selection Tinto 2008
  6. Esporão Private Selection Tinto 2011
  7. Esporão Private Selection Tinto 2013

Brancos

Destes brancos não vou falar muito, cumpriram, mas não impressionaram. São desenhados a partir da casta Semillon e a colheita mais antiga provou alguma capacidade de envelhecimento destes vinhos. Contudo, ao contrário de outras regiões, não foi a colheita mais antiga aquela que mostrou o valor que pode ser acrescentado a estes vinhos com alguma guarda. Não foi a colheita mais antiga que elevou a identidade daquele terroir. Não foi a colheita mais antiga que mostrou a capacidade daqueles vinhos em se transformarem em “peças” únicas.

Tomo como cada vez mais sólida a minha opinião de que o caminho a seguir pelos brancos alentejanos é aquele que está a ser feito pelo Luís Patrão na Tapada de Colheiros. O Arinto dessa casa foi em 2018 o branco alentejano que mais me surpreendeu, tanto por aquilo que já é, como por aquilo que pode vir a ser.

Os brancos Private Selection do Esporão cumprem. Não mais que isso.


Tintos

Foi nos tintos que a prova deu a volta, foi nos tintos que passámos de bons vinhos, para vinhos acima da média.

A colheita de 2008 mostrou aquilo que alguns grandes vinhos conseguem ser aos dez anos de idade. É em tintos como este que vemos que há vinhos que são feitos para serem trazidos até este ponto em que o amadurecimento interligou todos os atributos de forma fantástica.

A colheita de 2011 não pode ser analisada, ainda. É um vinho novo, algo turbulento, ainda pouco estável, pouco sereno, irreverente, jovem, mexido, com perfil bastante robusto. Precisa ligar todos os atributos que exibe através do polimento que só os anos oferecem.

A colheita de 2013 foi uma revelação. Não desvalorizem este vinho. Todos falam do 2008 e do 2011, mas não desvalorizem a colheita de 2013. Na prova, foi a melhor. É um tinto que mistura muito, tem elegância, tem leveza, tem firmeza, tem conjunto pleno com ligação exímia e afinação sem falhas.


Saúde,
Dr. Ribeiro

Categorias: Eventos, Pólvoras

Prova

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