O que estou a querer dizer é, se apreendemos 18 garrafas falsificadas de Barca Velha e Pêra Manca, este ano, significa…

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Uma vez, numa prova de vinhos italianos, aparentemente caros e vencedores de medalhas, não foi servido um único vinho, repito, um único vinho, sem antes ser dito o preço, e uma ou outra medalha que este teria no seu CV. Resultado, ninguém, tirando eu, foi capaz de criticar alguns dos vinhos lá apresentados. E isso, infelizmente deu bronca para o meu lado.
Porque não podemos dizer que estaríamos à espera de mais de um determinado vinho que custe bueda euros? Fica assim tão mal assumir essa posição?
A intenção ali era clara, moldar a percepção do grupo com referência a preços e prémios que, em principio, apenas vinhos de excelência atingem. Dizem eles.

Quantas pessoas serão capazes de contrariar marketing completamente agressivo e fazedor de opiniões? Quem consegue combater anos de anúncios de televisão e páginas de revistas, notas de peritos, que em principio foram dadas às cegas?
Era espectacular juntar um grupo de 40 pessoas em torno de um Barca Velha falsificado, sem o referir claro, e pedir opinião.

Onde está a dificuldade em dizer que um Pêra Manca, ou um Barca Velha, é bom? Toda gente o diz, portanto deve ser verdade. Sem pensar muito nisso já falei deles 4 vezes neste texto. O marketing é uma cena marada, mas também gera a banalidade, faz-nos dizer que algo é bom sem o conhecermos sequer.
Um dia, espero experimentar um Pêra Manca ou um Barca Velha. É um dos meus sonhos. Mas se tiver de afirmar que vejo neles menos do que aquilo que esperava, qual é o problema? De qualquer forma não me parece que os vá cuspir como fiz ao Ruinart XPTO de 2002 que me disseram, antes de o provar, custar 350€. Mesmo assim, foi fora. Há melhor. Já bebi melhor e bem mais barato. Qual o problema de o assumir?