Seda. Pura e consistente seda.

Felizmente há cada vez mais bons brancos portugueses que são capazes de muito, mas poucos são capazes de serem assim tanto como este é. Tem tudo o que têm os vinhos que se aproximam da excelência.

Hoje em dia vivemos tempos difíceis. Há devaneios para todos os gostos, em nome da diferença pessoas buscam “acidezes” só porque sim, porque a acidez está na moda. Todos querem a diferença mesmo que a diferença os leve a nem reparar no resto do conjunto. Acho que a diferença não pode chegar a qualquer custo. Não vale tudo. A acidez, como qualquer outro parâmetro, não é um factor isolado que sirva para elevar um vinho. A acidez, como qualquer outro parâmetro, tem de estar enquadrada, ligada, tem de puxar pelo conjunto mas o conjunto tem de a acompanhar.

Este vinho tem tudo isso. É exímio na estrutura, está tão ligado que não sentimos uma acidez vincada. Mas ela está lá e ela é vincada. Este vinho apenas não deixa que ela seja sentida acima de qualquer outro detalhe. Tudo o que ele tem está em nível superior, tão superior que o que tem de diferente não parece ser extraordinário, embora o seja.

É um vinho absolutamente robusto, mas meigo, não magoa nunca, afinado em tudo e com perfil sedoso. É harmonia plena por cima de consistência irrepreensível.

Aroma “finamente terciário”, rico, sem intensidade exagerada, bastante homogéneo, sem sobreposições de aromas, mistura cativante de tons de mel, reducão de citrinos, flores brancas e ameixa amarela madura, fundo com fósforo e tons resinados muito suaves. No corpo está a fase mais exuberante deste vinho, boa estrutura, ampla, porte médio/alto, longa, textura macia, sedosa, assente num branco espesso q.b., sem amargo, sem erro, robusto, polido, meigo. Acidez muito boa mas nunca acima de qualquer outro parâmetro. final longo.

Castas: Avesso, Chardonnay e Arinto

Ficha Técnica 2015: http://www.covela.pt/client/files/0000000001/1928.pdf

Vinhos Quinta de Covela: http://www.covela.pt/

Saúde,
Dr. Ribeiro