Meus caros,

Um vinho que não vou esquecer tão cedo: giz, Vinhas Velhas Branco 2016.

Há cerca de duas semanas atrás, na Bairrada, perguntei a um produtor que muito admiro, quais são os pontos fortes daquela região. A resposta foi imediata: “a possibilidade de aqui se poderem fazer grandes vinhos brancos, tanto tranquilos como espumantes, vinhos únicos, de classe mundial”.

Ainda assim, fui imediatamente chamado a notar que ao contrário da imagem que vem passando, a Bairrada corre o risco de ficar uma região virtual. E porquê? Disso falaremos mais tarde. Por agora deixemos de parte essa discussão mais “negativa” e pesada.

Vamos falar do oposto, de vinhos brancos ímpares e extraordinários (feitos na Bairrada). Vamos falar de um vinho feito por um pequeno produtor e que a meu ver criou uma experiência perdurável em memória. É isto que se pede a um vinho, que não o esqueçamos. São estas memórias especiais que grandes vinhos como este conseguem fomentar.

Este giz 2016 é um branco magnífico, e que por isso nos que exige uma atenção redobrada na temperatura. Não o deixem cair abaixo dos 10ºC. Nunca.

Ao nariz, o primeiro impacto aparece sem fruta, puro, limpo, exibe-se em intensidade e riqueza aromática nada exuberante, mas ainda assim com um uma presença extremamente honesta e sedutora. O corpo consegue oferecer-nos o melhor de dois mundos, uma estrutura que mistura leveza e elegância, com firmeza e abundância. Ficamos perante um vinho que ocupa todos os espaços, exibindo um comportamento fino em todos os momentos, sem nunca nos mostrar algo que não seja afinação e ligação eximia entre fases.

Castas: Vinhas Velhas (centenárias)

Estágio: 10 meses em barrica de carvalho Francês