A maior parte do espumante feito na Bairrada é consumido na Bairrada. Em Portugal, o conhecimento aceitável sobre o que é um espumante é abaixo de mau.

Já o disse anteriormente, este tipo de vinho sai grandemente prejudicado por uma quantidade incomensurável de rótulos horríveis e por uma disposição de opções em prateleira que é uma verdadeira anarquia. Os bons espumantes, estão misturados no meio dos maus e dos muito maus.

Ainda assim, existem alguns espumantes que nós devemos ter constantemente debaixo de olho. São disso exemplo três espumantes das Caves da Montanha, opções que felizmente o Continente tem colocado várias vezes em promoção. Esperemos que assim continue.

A. Henriques Super Reserva Bruto; Montanha BagaBairrada Bruto; Montanha Grande Cuvée, Arinto e Chardonnay, Bruto.

Hoje falo deste último, o Montanha Grande Cuvée, Arinto e Chardonnay Bruto 2014. Este espumante tem “mudado” com os anos, isto é, não o vamos ver sempre igual e invariável nas diferentes colheitas e isto é a maior garantia que vocês podem ter de um vinho. Os anos são o que são e o vinho deve ser sempre aquilo que o ano é. Fujam de vinhos que são imutáveis.

Este espumante, sempre que o dei à prova junto dos outros dois, em 90% das vezes leva a preferência de quem está a provar comigo. Apesar de eu ter alguma inclinação para o conjunto e perfil que o BagaBairrada tem mostrado, o conjunto deste Grande Cuvée é bastante apelativo, o seu centro de boca tem uma mousse muito presente, razoavelmente espessa e cremosa. Dos três, vejo-o como o vinho com mais potencial gastronómico e penso que isso joga a seu favor quando colocado à mesa, lado a lado com os outros dois.