Os três melhores tintos portugueses na relação qualidade/preço

Meus caros,

Post dedicado a elogiar aqueles que para mim são os três melhores tintos portugueses que podemos comprar, se quisermos aliar qualidade exímia a um preço nada inflacionado.

Presentemente, a amplificação de fotos de caixas e garrafas de vinhos nacionais icónicos, é cada vez mais desenfreada e exagerada. Por vezes parece que os “Barcas Velhas” se transformam em vinhos para o dia-a-dia, tal o marketing envolvido, tal a vontade de mostrar o que “provavelmente” se vai beber, tal a partilha agressiva de imagens que vem enchendo os grupos dedicados ao tema nas redes sociais.

Estamos numa altura do ano em que a escolha de bons vinhos se torna num jogo obrigatório. Se não é, deveria ser. Buscamos garrafas que façam sobressair toda a aura desta quadra, tentamos colocar na mesa um vinho que concentre ao seu redor reacções de satisfação e admiração.

Na busca por relações/qualidade preço ímpares, encontrei três magníficas referências. Um Douro, um Bairrada e um Alentejo.


 Vallado Tinta Roriz 2014

O representante do Douro é o Vallado Tinta Roriz 2014, um excelente exemplo de que além de 2011, algo aconteceu no Douro também em 2014. Vários vinhos deste ano têm sido referenciados como “obras-primas”. Este Tinta Roriz 2014 é poderoso, apaixonante, arrebatador.

Aroma de espectro não muito amplo, mas profundo, intenso, fruta vermelha em tons moderados, chocolate, floral bem marcado, alguma erva seca. Corpo impecavelmente ligado, largo, porte alto, longo, rugoso em dose ligeira, estruturado e de desenvoltura sempre em nível elevado, sem falhar. Acidez e taninos quase perfeitos.


Quinta da Bágeiras Garrafeira Tinto 2011

Este Bairrada é consistência, firmeza, músculo, robustez, personalidade. São características muito próprias que esta garrafa tem dentro, um método de trabalho, uma filosofia, um terroir, especificidades potenciadas por um ano de 2011, que nos vinhos bairradinos deixou boas memórias.

Muito interessante e intenso no aroma, algum vegetal, fósforo, amora e mentol. Corpo possante, enérgico, robusto, estrutura impecavelmente desenhada, bem ligado, vivo e longo. Taninos e acidez no ponto.


Morde Tinto Cão 2012

Há mais de um par de anos que o espectacularmente desconcertante Miguel Louro (Vinhos Quinta do Mouro) anda a alertar que, embora para o resto do país, maioritariamente, 2011 tenha sido “o ano”, no caso do Alentejo, “o ano”, foi 2012. Este alerta foi confirmado também esta semana por Hamilton Reis (Vinhos Cortes de Cima), onde mais uma vez ouvi que, 2012 deu ao Alentejo aquilo que 2011 deu a outras zonas vinícolas do país.

Este Morde 2012 é vigoroso, denso e “muito são”. Elegante, afinadíssimo, aromaticamente apaixonante e fascinante nos detalhes de corpo.

Vigoroso no aroma, com amora bem madura acompanhada de resina e cedro, terra húmida e musgo. Corpo cremoso mas muito redondo, sereno e estruturado. Acidez média e taninos ligeiramente rugosos. Final longo com notas de chocolate.


Saúde,
Dr. Ribeiro

Prova

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