Este Pó de Poeira Branco era um teste que eu não podia deixar de fazer. Quando o vi à venda lembrei-me imediatamente da prova do Pó de Poeira Tinto 2009, infelizmente feita fora de casa e por isso sem me ter sido dada a hipótese de ir ao detalhe daquele vinho. Ainda assim, foi fácil ficar impressionado com o que aquele tinto de 14€ mostrou dez anos depois da sua colheita. Afinal, mesmo nesta gama de preços, de soubermos procurar e cuidar, podemos ter uma garrafeira com pequenas preciosidades.

Quis saber se este branco, igualmente de 2009, se transformaria também ele num momento único.

Infelizmente não. Não foi uma prova semelhante à do tinto, nem de perto. Aroma razoavelmente apelativo com tons de evolução que lhe dão algum interesse, mas depois existe também uma parte já oxidada que acaba por baixar ligeiramente a sedução da performance aromática.

O corpo aparece ainda mais abatido que o impacto aromático, pouca vida, pouca energia, pouca capacidade de sustentação do vinho em boca.

Aroma com alguns tons que tornam os brancos evoluídos muito sedutores, tons melados, fruta passa, erva seca, feno, mas também com alguma oxidação que retira alguma capacidade de afirmação a este vinho que está já bem fundo na sua fase descendente. Corpo já sem vida e com a oxidação a dar amargo final e um nervo inconveniente, largo, centro de boca baixo, muito esquivo e rápido, não mágoa muito, mas também não se aguenta. Acidez razoável, mas sozinha, não acompanhada pelo restante conjunto. Final curto.

Saúde,
Dr. Ribeiro