Caríssimos,

Aqui vos mostro algo que tem sido aparentemente regra nos últimos anos. Vinhos que nos últimos três ou quatro anos incrementaram o preço da sua garrafa, sem que não sua maioria isso tivesse sido acompanhado de um igual incremento de melhoria.

Eram vinhos bons e mantêm-se vinhos bons, isso não estará em causa. Mas quando o seu preço sobe e os colocamos em comparação com outros de igual valor, o que também acontece na  maioria dos casos é que não existe arcaboiço para saírem vencedores nesse novo patamar de comparação.

Exemplo disto é o Quinta dos Carvalhais, Colheita 2012. Estes sempre foram bons vinhos, sempre. A estabilidade da sua qualidade, colheita após colheita, deu-lhes um lugar garantido no Top10 com menos de 6€.

O problema foi passar esse limiar de preço, o que fez com que a sua competição com vinhos que estavam a ser considerados para um top abaixo de 8€ revelasse falta de estrutura para almejar ser considerado um dos 10 melhores desse novo patamar.

Cativa no aroma, com toque floral, ameixa seca e tons fumados. Na boca é estruturado e homogéneo como sempre foi. O que fica a faltar é passar dessa homogeneidade, dessa estrutura normal, para um corpo mais redondo e complexo. Não se nota nenhum fervilhar de vida, nem nenhuma estrutura que obrigue a um esforço de descodificação.

Conclusão, sai fora do Top10 com menos de 6€ e deixa lugar aberto a uma garrafa na qual nem foi preciso reflectir muito, quando foi necessário perceber que vinho iria entrar para este lugar agora em aberto.

O que vos recomendo é:

Adega de Pegões, Colheita Seleccionada Tinto

(qualquer ano)

Saúde,
Dr. Ribeiro