Caríssimos,

Mais um produtor que nos trata com carinho.

Começo pelo que mais me cativou neste vinho, vejo-o como uma manifestação incrível de terroir e identidade. A mim, Trás-os-Montes diz-me muito… Provavelmente terá sido essa a razão para eu e este vinho termos combinado tão bem. Mas vinhos é isto mesmo, são processos em que ficamos mais ou menos presos a eles através da sua capacidade em nos fazerem observar e descobrir detalhes com os quais nos identificamos, ou com os quais somos positivamente surpreendidos.

Após a prova percebemos o porquê de estarmos em 2018 frente a frente com um vinho de 2010. A sua natureza pede esse tempo de espera para poder chegar até nós como agora nos chega. Este produtor é mais um dos que faz isto por nós, segura o vinho até à altura certa, até um ponto em que o podemos entender tal e qual como ele tem de ser, um ponto onde este vinho consiga dizer tudo o que tem para dizer sobre aquelas vinhas e aquela localização.

Os toques de giesta e urze presentes nas componentes aromáticas, a extracção a mostrar profundidade, pujança e firmeza de corpo, a sua performance em crescendo com traços de nervo e dureza… Todo este conjunto é para mim um indício apaixonante daquilo que podem ser os vinhos transmontanos.

Este é mais um vinho que puxa pela diferença, que sabe usar a diferença a seu favor.