Ilustres,

O que é um rufia? O que é este Rufia de 2014?

O Rufia é rufia, e por ser rufia tira-nos do sério. Desafia-nos, é irreverente, chateia-nos, mas acaba por prender a nossa atenção de tão incomum que é. De início é “esquisito”, diferente, complicado, mas no fim acabamos por dar por nós a tentar entender o rufia, no fim acabamos por perceber porque é rufia…

Denso e turvo na cor. Aroma oscilante entre dois opostos, de inicio revela tons florais bem vivos acompanhados de toques de fruta vermelha ligeiramente adocicada, para logo a seguir nos mostrar toques vegetais e terra húmida, mas mais pacatos. Rugoso ao máximo, crocante, bem balanceado com acidez e taninos em dose ideal, mas ásperos. Final com notas vegetais e também café.

É vinho para aperitivo, ou pratos de corpo médio. Perde em pratos fortes. Provavelmente broa e queijo, atrás de uma janela aberta para uma encosta salpicada de blocos de granito no meio da vegetação e num dia chuvoso, serão uma boa companhia para o Rufia.

Como se pode dizer que determinado vinho é diferente de tudo, mas que não é mau? Como dizer que determinado vinho é difícil, mas não é mau? Como dizer que determinado vinho provavelmente não será do nosso agrado, mas não é mau? Não há maneira de o dizer.

Resta-nos mudar o chip, não desistir à primeira e forçar a percepção do que ali está.

Saúde,
Dr. Ribeiro