ZOM, Reserva Tinto 2011

Mais um que estava esquecido na minha garrafeira… E ainda bem.

Eu acho que há-de haver uma altura em que a procura pela novidade vai ter de parar, ou pelo menos diminuir, não sei se consigo perder a vontade de conhecer o que não conheço, ou pelo menos diminuir essa vontade, mas acho que há-de haver uma lista de vinhos que vai ficar fechada daqui a uns anos, e depois talvez tudo isto pare, talvez surja a vontade de fazer outras coisas, qualquer coisa menos correr maratonas, claro… Correr sem bola, só porque sim, é para pessoas estranhas.

Há alguns dias atrás vi um vinho do douro que custa cerca de 8€ (Muxagat Tinta Barroca), e para o qual eu a partir de agora terei sempre um cantinho dedicado na minha garrafeira, ainda vou a tempo. Esse tinto duriense foi uma descoberta, pelo menos aquela colheita de 2013  foi, veremos se as próximas colheitas confirmam esta obrigatoriedade de não largar mais esse vinho. Este ZOM  foi outro que descobri “sem querer”, a verdade é que já me tinha esquecido que o tinha, e por isso foi mais uma descoberta, e outra do Douro, e outra na casa dos 8€, e outra que quero seguir de perto para ver se as próximas colheitas também confirmam a obrigatoriedade de o ter sempre comigo, na minha garrafeira. O que este vinho fez, eu quero sentir mais vezes.

Grande prova. Parabéns a quem fez isto e nos permite chegar a vinhos assim com preços assim.

Quando estou a decantar os vinhos, e à medida que os verto para o decantador, gosto de aproximar o nariz do vinho e ver o que sinto, e por vezes, aliás, várias vezes, dá logo para perceber o pior, o aroma com nuances de “vinagrinho” diz logo que vai ser uma prova para a metade de baixo da tabela. Este vinho ao ser vertido no decantador mostrou algo de muito raro para este patamar de preços, só por aqueles segundos pareceu que coisas muito boas estavam para acontecer… E aconteceram.

Não sei se ajudado pelo ano 2011, mas este tinto fica no patamar do impensável para aquilo que custou e aquilo que mostrou.

Fica como uma das minhas 10 melhores escolhas em tintos portugueses até 9€.

Conjunto com aroma ainda muito limpo e muito jovem, incrível, bela surpresa, floral fresco, violetas, flores silvestres, fruta vermelha madura, fundo com toques de especiarias e madeira molhada, conjunto intenso q.b., limpo e complexo. Corpo vivo, conjunto todo áspero, cheio de personalidade, tudo homogéneo, centro de boca áspero, periferia áspera, ligeiro amargor mas bom de sentir, boa energia, tem atitude, sustenta esse ligeiro amargor numa estrutura completa em boca, cheio, largo, longo, e centro médio/alto, parte floral sentida em boca, faz lembrar aquelas flores quem vêm a decorar aquela comida muito cara mas em poucas quantidades. Acidez muito boa e taninos espectaculares, grande ponta final, ao nível dos melhores, não desliga, o final é o ponto alto deste vinho.


Castas: ND

Ficha Técnica 2011: indisponível

Vinhos Barão de Vilar: http://www.baraodevilar.com/pt/


Saúde,
Dr. Ribeiro

Prova

  • 8.3/10
    Aroma - 8.25/10
  • 8.5/10
    Corpo - 8.5/10
  • 8.8/10
    Acidez, Taninos, Final - 8.75/10
  • 8.5/10
    Análise Geral - 8.5/10
8.5/10

Suporte para avaliação

10 – Magnífico
9 – Excelente
8 – Muito Bom
7 – Acima da Média
6 – Bom
5 – Razoável
4 – Aceitável
3 – Básico

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